Formada em artes plásticas, ela é coordenadora da entidade Todo Mundo Feliz. Ela era voluntária em um projeto de Santo André, que só funcionava aos domingos, quando percebeu que podia fazer algo a mais pelas pessoas daquela comunidade durante a semana.
“Ser um empreendedor social leva a gente a mudar a nossa forma de pensar e sonhar. Então, o meu sonho é talvez ver pessoas assumindo o nosso trabalho, para que ele não morra em mim.”
O sentimento de compaixão já tinha sido plantado na Érica durante o voluntariado. Ela sonhava mais, queria mais e buscou mais.
Foi aí que em 2002 teve a ideia de fundar a própria instituição, a Todo Mundo Feliz, com uma professora voluntária do mesmo projeto que ela. Para isso, elas usaram uma casa que ficava vazia na comunidade de Tamarutaca em Santo André. Como não sabiam que serviço prestariam, fizeram uma pesquisa com os moradores para entender as principais carências deles e se surpreenderam com o resultado: eles necessitavam de berçários, pois as mães não tinham com quem deixar os bebês para ir trabalhar. Contudo, não tinham estrutura para isso e muito menos recursos para receber os bebês. Então, decidiram abrir uma entidade que oferecesse assistência e educação a crianças de baixa renda que se encontram em situações de risco e vulnerabilidade social. Ao fazerem isso, acabaram contribuindo para que as famílias adquirissem autonomia e encontrassem novas alternativas para uma vida digna. Atualmente, 145 crianças são atendidas pela entidade.Como todo empreendimento, a Todo Mundo Feliz enfrenta alguns desafios, como a falta de visibilidade. Segundo a Érica, as entidades que alcançam maior visibilidade acabam, por consequência, crescendo mais. A falta de espaço para ampliar o atendimento é outro grande desafio. Isso porque o que motivou a criação da instituição foi o berçário e, por conta da estrutura física, esse sonho ainda não se concretizou.
Falando em sonhos, esses também são grandes. Além de conseguir construir um espaço mais bonito e maior com parcerias com arquitetos e engenheiros, ela quer trazer de volta os sonhos que essas crianças deixaram de ter por conta da realidade em que vivem. A Érica dedica a sua vida a quem precisa, a colocar um sorriso no rosto de quem nem sempre tem motivos para sorrir. Mesmo que seja difícil às vezes, ela levanta a cabeça e segue em frente, pois sabe que tem muita gente que depende dela. É isso que a torna uma mente tão diferente.