Filho do fundador do Lar Amor, Luz e Esperança da Criança, ele aceitou de coração e braços abertos o desafio e o presente de dar continuidade ao projeto do pai, que ao todo já atendeu cerca de 350 crianças e bebês.
“Às vezes, a gente vem pra cá para passar pouco tempo, mas deixa uma mensagem maravilhosa.”
No dia 26 de abril de 1999, nascia uma casa de apoio a crianças portadoras de HIV que, até então, estavam vivendo em hospitais por causa da falta de compreensão e entendimento em relação à doença e aos meios pelos quais ela se propaga. Na época, ainda havia muito preconceito e tabu com relação a essa questão.
A casa, além de acolhê-los, oferecia cuidados médicos necessários a cada caso. Os resultados desses atendimentos eram incríveis.
Muitas crianças que contraíram a doença tiveram uma melhora fora do comum, a qual nem os médicos estavam acostumados a ver. Houve alguns casos, inclusive, de crianças que pararam de copiar o vírus e, ao fazerem isso, conseguiram levar uma vida normal, sem a necessidade de tantos medicamentos e sem tanta possibilidade de transmitir o vírus.
Por conta disso, hospitais que são referências em infectologia tinham o LALEC como uma casa muito bem conceituada, com histórias de melhora muito pouco habituais.
Com o tempo, os casos de crianças com HIV foram reduzindo devido aos investimentos do governo ainda no pré-natal, por exemplo.
Isso porque, ao descobrirem que possuíam a doença, as mães não amamentavam o bebê e, consequentemente, não a transmitiam a eles. Por isso, depois de 10 anos, o LALEC passou de casa de apoio a abrigo. Atualmente, 23 funcionários e 40 voluntários acolhem bebês abandonados ou que já sofreram maus tratos para garantir que eles tenham um lar até voltarem para as suas famílias ou serem adotados.
A tarefa de manter um abrigo e acolher esses bebês não é nada fácil. Durante a caminhada, muitos desafios foram e ainda são impostos. O maior deles é o de cuidar desses seres que mal chegaram ao mundo, substituindo uma família que eles não possuem naquele momento. Isso é muito difícil, pois uma mãe e um pai são figuras de extrema importância na vida de uma criança. Sabendo disso e pensando na formação intelectual e emocional daqueles bebês, o grande sonho é que eles consigam um lar e que o período que passam no abrigo seja o menor possível para que desfrutem desse carinho e desse amor de mãe e de pai por mais tempo.
Marcelo Anjos é realmente um anjo na vida de todas essas crianças que ele acolheu, cuidou e ajudou. Ele se doa ao próximo como poucos, trabalha com valores escassos na sociedade em prol de quem ainda é muito dependente de cuidados e faz isso com todo o amor do mundo. É isso que o torna uma mente diferente.